"Pela primeira vez senti-me absolutamente perdido numa aula de formação do leitor. Sem a presença da professora titular, não consegui desenvolver meu raciocínio, que já não é muito bom mesmo na presença dela. Não pelo fato de considerar a professora substituta inferior, de jeito nenhum. É uma profissional e tanto, mas acho que, mais uma vez, deixei-me levar pelo preconceito que tenho sobre alguns autores, que sem sombra de dúvidas, são célebres e merecedores de todo o reconhecimento. Desta vez foi a Clarice Lispector. Ai, meu Deus, isto me persegue. Ou sou eu que estou no lugar errado? Não discutamos. O fato é que ainda sim deu pra captar alguma coisa. Espero que eu consiga transmitir isto...
Vimos que a Literatura é um termo fluido que escapa às definições simplificadas. Literatura é o que fica? O que permanece na história? Não sei! Se uma doutora em Letras não pode responder isto, achas que eu conseguirei? Não! Mas como sou chato e insistente, vou tentar. Como classificar, então, as crônicas escritas no calor da hora e que muitas vezes desaparecem do dia para a noite e jamais encontram o caminho dos livros? Para definir o literário vale o conceito dos formalistas russos, tão cultivado até mesmo dentro do nosso grupo por alguns alunos que preferem a forma ao conteúdo?
Acho abominante o fato de algumas pessoas dizerem que as obras literárias são intocáveis. Foi uma das discussões. Literatura é igual a apropriação? Claro que sim! Cada um tem uma leitura própria de um texto ou um acontecimento e, ao contar para outras pessoas, muda-se a perspectiva original. Mas é preciso saber ligar os fatos entre as diversas leituras e saber desligar também, pois, afinal, trata-se de uma releitura. Assim, vejo a leitura como fuga; para acreditarmos nela, temos que nos desligar da realidade e viver o ficcional."
quinta-feira, 18 de março de 2010
segunda-feira, 15 de março de 2010
Missa do Galo
Não é fácil ler Machado de Assis. Nunca achei que fosse. Sempre encarei com certa rejeição os seus textos, por serem os difíceis e os mais abertos o possível. Tanto que estrelas da nossa literatura foram corajosas ao homenageá-lo, reescrevendo uma de seus contos: Missa do Galo.
Tarefa árdua esta, a princípio. Mas se tratando da genialidade machadiana tudo se torna simples. Todo o seu texto é construído através de lugares-comuns com funções estruturantes da narrativa. A partir daí, os outros autores puderam recontar a história, sem perder a originalidade do texto-raiz.
Numa leitura superficial, nada se entende. Os filhos de Machado fazem uma leitura tão fiel quanto revolucionária de seu conto. Callado revela a face oculta da Dona Inácia, mostrando o que Machado não mostrou, ou melhor, revelando o que ele escondeu ao mesmo tempo em que o torna personagem. A figura de negro transpõe a todos para o lado oposto à figura do escritor. Ou Dona Inácia traz todos à vida, ou leva a todos para a morte, pois ou a mãe assume o papel de repressão à atitude da filha de conversar de portas fechadas com um homem ou se lembra das suas experiências passadas as quais remetem a situações piores. Assim, a ficção engendra a vida. Constrói-se um jogo de lembranças que fazem da Dona Inácia anjo e demônio.
No conto original, Conceição é destacada como uma personagem que simula ser uma santa, que suporta a indiferença do marido e, até mesmo sabendo de sua traição. Ela nada mais é do que uma representante do caráter dissimulado da mulher machadiana. Esta característica é vista com maior ênfase no romance “Dom Casmurro”, onde Capitu deixa o leitor numa verdadeira dúvida, se traiu ou não Betinho, seu marido. O comportamento de Capitu é um enigma. E assim fazem alguns outros autores.
No texto de Autran Dourado, a simplicidade da construção e a atualidade contextual são mais evidentes. Neste, o papel sedutor de Conceição é mais acentuado. Em sua obra, Dourado expõe realmente que Conceição também traiu. Ela usa seu desejo para fazer com que Nogueira a visse bela. Num momento de torpor do garoto, Conceição dá-lhe lentamente um beijo.
Enfim, esta minha tarefa de escrever sobre algo que eu não entendi muito bem fica difícil. Espero que na próxima discussão do grupo eu possa captar as entrelinhas e os lugares-chaves, a fim de que eu mesmo consiga enxergar o que, sozinho, eu não sou capaz.
Tarefa árdua esta, a princípio. Mas se tratando da genialidade machadiana tudo se torna simples. Todo o seu texto é construído através de lugares-comuns com funções estruturantes da narrativa. A partir daí, os outros autores puderam recontar a história, sem perder a originalidade do texto-raiz.
Numa leitura superficial, nada se entende. Os filhos de Machado fazem uma leitura tão fiel quanto revolucionária de seu conto. Callado revela a face oculta da Dona Inácia, mostrando o que Machado não mostrou, ou melhor, revelando o que ele escondeu ao mesmo tempo em que o torna personagem. A figura de negro transpõe a todos para o lado oposto à figura do escritor. Ou Dona Inácia traz todos à vida, ou leva a todos para a morte, pois ou a mãe assume o papel de repressão à atitude da filha de conversar de portas fechadas com um homem ou se lembra das suas experiências passadas as quais remetem a situações piores. Assim, a ficção engendra a vida. Constrói-se um jogo de lembranças que fazem da Dona Inácia anjo e demônio.
No conto original, Conceição é destacada como uma personagem que simula ser uma santa, que suporta a indiferença do marido e, até mesmo sabendo de sua traição. Ela nada mais é do que uma representante do caráter dissimulado da mulher machadiana. Esta característica é vista com maior ênfase no romance “Dom Casmurro”, onde Capitu deixa o leitor numa verdadeira dúvida, se traiu ou não Betinho, seu marido. O comportamento de Capitu é um enigma. E assim fazem alguns outros autores.
No texto de Autran Dourado, a simplicidade da construção e a atualidade contextual são mais evidentes. Neste, o papel sedutor de Conceição é mais acentuado. Em sua obra, Dourado expõe realmente que Conceição também traiu. Ela usa seu desejo para fazer com que Nogueira a visse bela. Num momento de torpor do garoto, Conceição dá-lhe lentamente um beijo.
Enfim, esta minha tarefa de escrever sobre algo que eu não entendi muito bem fica difícil. Espero que na próxima discussão do grupo eu possa captar as entrelinhas e os lugares-chaves, a fim de que eu mesmo consiga enxergar o que, sozinho, eu não sou capaz.
sábado, 13 de março de 2010
Deja vu
"Gávea, 07 de abril de 2008.
Acho que não estou me saindo bem nesta função de escritor, sinceramente. Nunca pensei que escrever fosse fácil, mas também, nunca pensei que fosse impossível. Sabia que, ao optar pelo curso de Letras, isto seria exigido de mim. Esforço-me ao máximo, mas as palavras não saem. Acho que pela primeira vez me identifico com um personagem literário. Penso que, às vezes, ajo como a “moça tecelã”, que tanto batalhou para construir o seu castelo, e ainda assim, sentia-se vazia. E ao, descolar uma pessoa para ao seu lado viver, pensando que seria mais feliz, acabou quebrando a cara. Será que estou fazendo o mesmo? Será que o meu destino está nas Letras? Não sei. Estou muito confuso. Às vezes, penso que o meu lugar não é aqui. Vejo tantas pessoas talentosas e habilidosas com a arte de escrever que, ao invés de isso me motivar, acaba tendo o efeito contrário. Sinto-me um lixo; alguém que não deveria estar num curso de Letras.
Perdoe-me pelas chulas palavras e pela falta de conteúdo deste diário. Se me permite, gostaria que este fosse, só por um momento, um direito meu imprescritível como leitor; o direito de não escrever sobre algo que não ficou claro, ainda que eu tenha utilizado todas as artimanhas ensinadas para compreensão, como o direito de reler, de pular páginas etc. Acho que preciso de mais concentração, maturidade, não sei. Peço a oportunidade de conquistar isto aos poucos."
Acho que não estou me saindo bem nesta função de escritor, sinceramente. Nunca pensei que escrever fosse fácil, mas também, nunca pensei que fosse impossível. Sabia que, ao optar pelo curso de Letras, isto seria exigido de mim. Esforço-me ao máximo, mas as palavras não saem. Acho que pela primeira vez me identifico com um personagem literário. Penso que, às vezes, ajo como a “moça tecelã”, que tanto batalhou para construir o seu castelo, e ainda assim, sentia-se vazia. E ao, descolar uma pessoa para ao seu lado viver, pensando que seria mais feliz, acabou quebrando a cara. Será que estou fazendo o mesmo? Será que o meu destino está nas Letras? Não sei. Estou muito confuso. Às vezes, penso que o meu lugar não é aqui. Vejo tantas pessoas talentosas e habilidosas com a arte de escrever que, ao invés de isso me motivar, acaba tendo o efeito contrário. Sinto-me um lixo; alguém que não deveria estar num curso de Letras.
Perdoe-me pelas chulas palavras e pela falta de conteúdo deste diário. Se me permite, gostaria que este fosse, só por um momento, um direito meu imprescritível como leitor; o direito de não escrever sobre algo que não ficou claro, ainda que eu tenha utilizado todas as artimanhas ensinadas para compreensão, como o direito de reler, de pular páginas etc. Acho que preciso de mais concentração, maturidade, não sei. Peço a oportunidade de conquistar isto aos poucos."
Sempre gostei de Matemática, não sei o porquê. Talvez pelo fato de ser, tecnicamente, uma verdade absoluta. Os números estão aí e provam cada vez mais verdades absolutas. Verdades estas que mostram a cada dia o crescimento do número de pessoas que são infectadas pelo vírus da dengue, que foram atingidas por balas perdidas no Rio de Janeiro, de crianças que são vítimas da crueldade de seres abomináveis...
Como dois e dois são quatro, será que realmente a vida vale a pena? Ou foi a humanidade que ainda não se deu conta disto? Até quando abriremos nossos jornais e deles veremos o sangue pingar, os cemitérios não terem para onde crescer? Como dois e dois são quatro, queria ter a certeza de que acordaria amanhã livre da bala perdida, da probabilidade de ser infectado pelo agente transmissor da dengue e, acima de tudo, certo de que a todos se empenhariam para fazer com que vivêssemos em um mundo melhor.
Como dois e dois são quatro, será que realmente a vida vale a pena? Ou foi a humanidade que ainda não se deu conta disto? Até quando abriremos nossos jornais e deles veremos o sangue pingar, os cemitérios não terem para onde crescer? Como dois e dois são quatro, queria ter a certeza de que acordaria amanhã livre da bala perdida, da probabilidade de ser infectado pelo agente transmissor da dengue e, acima de tudo, certo de que a todos se empenhariam para fazer com que vivêssemos em um mundo melhor.
sexta-feira, 12 de março de 2010
O príncipe e o mago
Após a leitura do texto “O príncipe e o mago” (JOHN FOWLES, The Magus) é inevitável que não apareçam dúvidas. Sejam entre ficção e realidade, ou até mesmo sobre a vida. O texto lido fez com que eu indagasse uma série de coisas as quais eu nunca havia parado para pensar. Ele nos passa uma necessidade de transpor a verdade, de buscar o conhecimento sobre o nosso próprio eu. Afinal, quem sou eu? Será que sou o que as outras pessoas dizem? Será que eu sou o que eu penso que eu sou? Será que eu sou obra do que penso existir, um Deus onipotente, conhecedor de todas as verdades? Quem sou? De onde venho? Para onde vou? Será que existe alguém que disponha da verdade objetiva, como resposta para todas estas indagações? Não sei. Ainda há muito a aprender. E uma das coisas que aprendi com isto é que a parcialidade é uma condição da existência humana. Agora sei de qual lado ficar. Ou não? Afinal de contas, ainda há muitas perguntas a serem respondidas para me convencer de que realmente não exista alguém conhecedor da verdade objetiva. Uma pessoa que detenha todas as respostas acerca deste mundo: o Criador.
quinta-feira, 11 de março de 2010
Direitos Imprescritíveis do Leitor - Parte II
Mais uma vez, estão em jogo os direitos imprescritíveis do leitor, agora sob uma perspectiva, de certa forma, homóloga à proposta pelo Daniel Pennac. Veríssimo expõe, de uma maneira inteiramente irônica, que o direito do leitor de não ler deve ser exercido para que não sejam dadas opiniões descabidas sobre determinados assuntos. E, sobretudo, “é melhor não ler do que ler tudo e chegar ao fim de uma leitura raivosa pensando em proibir a opinião que desagradou (...)”. Assim, antes do que propor qualquer atitude totalitária acerca da leitura feita, devemos fazer o uso de um direito não menos importante, mas sim igualmente de mesmo valor que, muitas vezes, é esquecido: o direito de calar; de se pôr no seu lugar e não opinar sobre um assunto do qual você desconhece, mas insiste em falar.
quarta-feira, 10 de março de 2010
Direitos Imprescritíveis do Leitor
De acordo com o texto “Os Direitos Imprescritíveis do Leitor”,de Daniel Pennac, temos o direito de não ler. Mas será que realmente temos? Afinal, vivemos na conhecida era da informação, onde nos é exercido um poder coercitivo acerca da leitura. Assim, além de sermos guiados por um mundo paralelo e irreal explorado pela mídia, utilizado como fuga (para a alienação), nos sentimos ameaçados devido a determinadas atitudes de discordâncias com a ordem pré-estabelecida, que é ler, ler e ler. Mas ler o quê? Notícias sensacionalistas que nos despertam um mal-estar imediato, chocando-nos? Ler as últimas fofocas do mundo das celebridades, que servem como estereótipo de mundo perfeito para nós? Desta forma, acabamos por adentrar noutro direito imprescritível do leitor: o direito ao bovarismo. Este é o preferido dos bem-informados de plantão. Tornam-se personagens da vida seca e irreal do mundo das novelas e acabam por tornar estas as suas vidas, que nada mais são do que meras sessões de cinema em que o filme acaba e você continua dormindo na sala de exibição.
sábado, 6 de março de 2010
CASA GERASSI: A CASA INDESTRUTÍVEL
Projetada pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha, em 1989 e com construção finalizada em 1991, a residência do construtor Antônio Gerassi detém diversas peculiaridades. Seguindo a linguagem que o arquiteto emprega em diversos de seus projetos, a Casa Gerassi é caracterizada principalmente pela sua estrutura pré-moldada, que permite uma rápida construção e custo reduzido.
A estrutura se apresenta como um exoesqueleto: todas as vigas e pilares são aparentes e externos. Há o princípio modernista de planta livre, segundo o qual estrutura e fechamento se relacionam de maneira totalmente independente. Tem-se a elevação da planta do pavimento superior, protegendo-o da umidade. Utilizando a combinação concreto e aço, obtem-se um esqueleto que é capaz de resistir muito bem a esforços de compressão e tração: o concreto armado.
O uso do concreto armado pré-moldado garante à casa em questão aspectos peculiares, se comparada às outras casas da rua. Situada em uma região nobre da cidade de São Paulo, ela difere das casas comuns encontradas ao seu redor, edificadas em alvenaria e com cobertura em telhas de barro. O uso imponente do concreto aparente confere à casa um aspecto bruto, que imediatamente é quebrado pelo uso de grandes vãos cobertos com panos de vidro, equilibrando a composição entre o bruto e o frágil na questão da materialidade.
Os grandes panos de vidro postos nas fachadas, combinados com as delicadas clarabóias que rasgam as lajes dos pavimentos superior e térreo, dão à Residência Gerassi uma boa incidência de luz em todos os ambientes, proporcionando um ótimo aproveitamento da iluminação natural. As fachadas nordeste e sudeste recebem a iluminação agradável do amanhecer, e por isso nelas estão presentes esquadrias que utilizam puramente o vidro, ao passo que nas fachadas noroeste e sudoeste, onde há incidência solar da tarde, foram projetadas janelas menores e que recebem a proteção de brise-soleil, respectivamente.
A ventilação da casa é cruzada, e isso pode ser percebido na utilização de grandes vãos de abertura em todas as fachadas de maneira geral. Isto é reforçado pela utilização da clarabóia da laje do pavimento térreo como instrumento de passagem de ar, pois esta abertura é apenas selada com uma de grelha vazada de ferro fundido que permite a circulação natural de ar, inevitavelmente.
O acesso e a circulação para área comum da casa, o pátio, é dado por duas entradas distintas: uma, de serviço, é menor e discreta; outra, social, aglutina o acesso de pedestre e veículo de maneira mais aberta, utilizando um portão único com largura confortável. A partir da entrada neste pátio é possível acessar as áreas privativas, por meio de uma escada que setoriza o acesso de serviço e social, ao mesmo tempo. Ao chegar ao pavimento superior, têm-se duas entradas distintas, uma de serviço, e outra social.
A casa é dividida em três setores principais: o de serviço, o social e o privativo, No primeiro pavimento não há a hierarquia que defina de maneira clara a divisão destes setores, devido à falta de elementos, tais como paredes, capazes de marcarem a divisão dos mesmos. Isto só acontece no pavimento superior, no qual a utilização destes recursos se faz presente, marcando claramente os setores social (sala, banheiro de visitas), de serviço (cozinha, lavanderia, quarto e banheiro de empregada) e privado (suítes e banheiros das suítes).
Ao final desta apresentação, tem-se uma leitura tendenciosa e apaixonada do objeto de estudo. Sua simplicidade lhe confere uma beleza que não se compara às outras casas da região, pelo fato proposital de impor o uso do concreto aparente, tão erroneamente desprezado em residências no Brasil.
Casa: uma máquina de morar
Em “Por uma arquitetura”, Le Corbusier pretende definir a casa como uma máquina de morar. A partir de tal colocação, mostra-nos que necessidades sócio-culturais e de superação histórica, aliado ao efervescente desenvolvimento tecnológico que permite a inovação no emprego dos materiais e das técnicas construtivas, chega à conclusão que se pode construir casas em série. Ele concebe a construção como uma combinação de escultura e engenharia.
Através do denominado termo “criação do espírito”, evidencia que só há arquitetura quando a construção atinge o belo. Isto é alcançado quando há embasamento de criação matemática, quando a proporção média, as leis da física, o sentido de eixo, a presença dos traçados reguladores estão presentes na obra, que proporcionam uma harmonia única, capaz de trazer à tona “a emoção superior”. O Parthenon é o exemplo perfeito disso.
O florescimento das técnicas construtivas e o desenvolvimento de materiais alteram incisivamente nas metodologias construtivas e nos princípios projetuais. Através disso, propõe uma revisão de valores, a fim de que sejam deixados para trás velhos hábitos construtivos em prol de novos. Com a implementação de novos materiais como cimento, cal, ferros perfilados, cerâmicas, materiais isolantes, canos, utensílios metálicos, etc. deseja que um novo espírito surja para que se possa construir casas em série com a utilização de tais materiais. O emprego desses novos materiais é capaz de oferecer diversos benefícios; de um lado, tem-se o racionalismo, provocado pela manifestação matemática, que implica num melhor aproveitamento, e, consequentemente, uma menor perda dos materiais, através do diversos cálculos que proporcionam no emprego total e exato da matéria. A substituição dos materiais e das técnicas implica, ainda, na considerável diminuição do tempo de construção, permitindo-se construir mais casas em menos tempo; casas que eram construídas em dois anos, a partir de tais técnicas poderiam ser construídas em alguns meses. Isto, de fato, decorre na difusão da corrente do taylorismo, que acende a chama da indústria e reforça o espírito de se fabricar casas.
A implementação das novas técnicas e materiais contribui diretamente para que os “estilos” sejam abandonados. Assim, Le Corbusier afirma que houve revolução, uma vez que consciente ou inconscientemente houve uma alteração nas necessidades das pessoas. A organização social nada tem de imediato que possa responder a isso, assim, uma unidade de habitação baseada nos princípios do lazer, transporte, moradia e trabalho, seria uma forma de a arquitetura poder evitar a revolução.
Através do denominado termo “criação do espírito”, evidencia que só há arquitetura quando a construção atinge o belo. Isto é alcançado quando há embasamento de criação matemática, quando a proporção média, as leis da física, o sentido de eixo, a presença dos traçados reguladores estão presentes na obra, que proporcionam uma harmonia única, capaz de trazer à tona “a emoção superior”. O Parthenon é o exemplo perfeito disso.
O florescimento das técnicas construtivas e o desenvolvimento de materiais alteram incisivamente nas metodologias construtivas e nos princípios projetuais. Através disso, propõe uma revisão de valores, a fim de que sejam deixados para trás velhos hábitos construtivos em prol de novos. Com a implementação de novos materiais como cimento, cal, ferros perfilados, cerâmicas, materiais isolantes, canos, utensílios metálicos, etc. deseja que um novo espírito surja para que se possa construir casas em série com a utilização de tais materiais. O emprego desses novos materiais é capaz de oferecer diversos benefícios; de um lado, tem-se o racionalismo, provocado pela manifestação matemática, que implica num melhor aproveitamento, e, consequentemente, uma menor perda dos materiais, através do diversos cálculos que proporcionam no emprego total e exato da matéria. A substituição dos materiais e das técnicas implica, ainda, na considerável diminuição do tempo de construção, permitindo-se construir mais casas em menos tempo; casas que eram construídas em dois anos, a partir de tais técnicas poderiam ser construídas em alguns meses. Isto, de fato, decorre na difusão da corrente do taylorismo, que acende a chama da indústria e reforça o espírito de se fabricar casas.
A implementação das novas técnicas e materiais contribui diretamente para que os “estilos” sejam abandonados. Assim, Le Corbusier afirma que houve revolução, uma vez que consciente ou inconscientemente houve uma alteração nas necessidades das pessoas. A organização social nada tem de imediato que possa responder a isso, assim, uma unidade de habitação baseada nos princípios do lazer, transporte, moradia e trabalho, seria uma forma de a arquitetura poder evitar a revolução.
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